29 de dez. de 2010

Os últimos serão os primeiros...

E os primeiros serão os últimos!

Em alguns dias adentraremos em 2011... 1º de Janeiro está logo ali... mais um ano repleto de sonhos a se sonhar, planos a se concretizar, objetivos a se alcançar, amores a se buscar... mas o mais interessante é que esse mesmo primeiro dia do ano corresponde ao último dia da semana, o Sábado! Quão maravilhoso será passar o primeiro dia do ano dentro das horas sabáticas, pois a esse dia Deus abençoou e santificou, uma vez que descansou de toda a obra da criação (Gênesis 2:2-3).
Lembre-se que o “sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27), portanto, aproveite esse presente de Deus e procure começar o ano novo mais próximo do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo!
Desde já desejo a todos um feliz 2011, um feliz sábado e dias e mais dias, anos e mais anos para louvar e bendizer o nome do nosso Deus!

Amém!

Tiago Henrique Mendes

A "grama" do vizinho...

Cabeça de lata...

Vamos Totó...

Planejamento é TUDO...

"Vento"...

Fixe seus olhos...

Livres...

Tem razão...

28 de dez. de 2010

Culpa... sua!

"O meu povo está sendo destruído,
porque lhe falta o conhecimento [...
]
visto que te esqueceste da lei do teu Deus,
também eu me esquecerei de teus filhos
"

23 de dez. de 2010

Tão improvável é crer...

Você, em algum momento, achou difícil acreditar que Deus poderia resolver seus problemas, aniquilar suas dificuldades, pulverizar suas limitações, dar cabo aos seus sentimentos ruins devido às perdas, quedas, derrotas, etc?!
Pois bem, o que posso lhe aconselhar em dada situação é: seja “[...] forte e corajoso e faze a obra; não temas, nem te desanimes, porque o SENHOR Deus, meu Deus, há de ser contigo; não te deixará, nem te desamparará [...]” (I Crônicas 28:20).
Mas e quando aquilo o que Deus está te pedindo foge à lógica, se mostra como contraditório, como um absurdo, irreal... como obedecer a Deus quando não conseguimos vislumbrar solução naquilo em que Ele nos está exigindo?!
Na Bíblia, exemplos não nos faltam de situações em que esse Deus pediu algo que soava como ilógico. Confira os seguintes textos:

Você rodearia um muro imenso por sete dias e depois gritaria para que o mesmo viesse ao chão? Josué 6
Você tomaria banho sete vezes em um rio sujo da cidade vizinha no intuito de sarar da hanseníase? II Reis 5
Você, após ser mordido por uma serpente cujo veneno é fatal, simplesmente ficaria a contemplar uma escultura de uma serpente em bronze posta em uma haste esperando similaridade de efeito tal qual um soro antiofídico? Números 21
Você investiria seu tempo e dinheiro na construção de um barco em um local cuja pluviosidade se assemelha à do deserto do Atacama, no Chile? Gênesis 6-8
Você, em sua festa de casamento, pediria para servirem água da pia do banheiro, uma vez que alguém lhe dissera que esta é a bebida que deveria ser apreciada pelos seus convidados? João 2
Você, sendo palmeirense e trajado conforme o uniforme do seu time, se arriscaria a subir no palco da festa do centenário do Sport Clube Corinthians Paulista e, com o microfone na mão, dizer: “vocês vão perder!” ? Jonas 1

Pois bem, às vezes parece que o que Deus está pedindo para que façamos é algo absurdo segundo nossa trivial lógica terrestre... e o mais interessante [eu diria até um tanto quanto “engraçado”] é que esses tipos de pedidos que Deus nos propõe se fazem reais naquele tipo de situação em que costumeiramente dizemos que “a vaca foi para o brejo”... quando não enxergamos soluções possíveis por intermédio de vãs mãos humanas apenas...
MAS, por mais difíceis que as coisas se apresentem em sua vida, se você não acha uma saída para seus problemas, lembre-se que bem maiores que os meus e os seus são os sonhos de Deus, basta aceitarmos que Deus é Deus...
Ainda que seja ilógico obedecer, obedeça... peça ajuda... Deus não faz milagres pela metade... e assim como Ele se fez real em meio a contradição de tudo aquilo que pudemos contemplar nos textos sagrados supracitados, Ele também irá prover um milagre em sua vida, basta apenas você obedecer...

A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós!
II Coríntios 13:13

Amém!!!

Tiago Henrique Mendes


Necessário...


"Duas coisas peço que me dês antes que eu morra: ... não me dês nem pobreza nem riqueza; dá-me apenas o alimento necessário"
Provérbios 30:7-8

Já fazia quatro meses que ele não tinha trabalho. O fim do ano se aproximava, a geladeira ia se esvaziando e as contas empilhadas eram o único enfeite da mesa vazia. As crianças começavam suas listas de natal e no coração dele, um aperto amargo.
Depois que tudo falhou, decidiu apelar para Deus. pegou lápis e papel e começou a escrever uma carta:

Deus, estou há muito tempo desempregado. O natal está chegando e eu preciso de um dinheiro pra passa esse fim de ano. Eu queria te pedir R$ 100. Com R$ 100 eu consigo me ajeitar com a minha família.

No envelope, de um lado: João, do Brasil
E do outro: Deus, do céu

Em sua rotina, o carteiro chega ao correio com a curiosa correspondência. E, diante do desespero escondido naquelas singelas palavras, os colegas de trabalho decidem fazer uma vaquinha. cada um deu um pouco. Um deu R$ 10, outro R$ 5... e assim juntaram R$ 70. Puseram de volta no envelope e no dia das entregas, conhecendo o endereço, o carteiro deixou na velha caixa de correio a "resposta divina".

Surpresa e alegria, afinal aquele dinheiro fez muita diferença. Puxando daqui, economizando de lá, e deu para realizar os sonhos pequenos da família.

Três meses depois, ainda sem emprego, o homem decide escrever outra carta. Lápis, papel, e ele escreve assim:

Deus, muito obrigado por ter mandado aquele dinheiro no natal passado. Deu pra comprar muita coisa e as crianças ficaram muito felizes. Mas como o Senhor sabe de tudo, deve estar sabendo que eu ainda não tenho trabalho. Então, queria pedir que me mande mais R$ 100.

ps.: Mas dessa vez vê se o Senhor manda um cheque nominal, porque naquela última vez o pessoal do correio pegou R$ 30.
...
E se você tivesse que escrever hoje uma carta para Deus, do que iria se lembrar? Dos calos em que os outro pisaram ou do Deus que lhe ajudou a caminhar? Dos aplausos que não recebeu, ou das oportunidades para crescer? Das muitas vezes em que tentaram atrapalhar ou das outras tantas em que foi livrado? Do pneu furado, ou do step guardado?

Antes que o ano acabe, escreva sua carta...

20 de dez. de 2010

Tchau [ou melhor, até logo]...

Não costumeiramente meus textos tratam de forma direta sobre situações que presencio, vivo ou me são relatadas por outrem durante o decorrer dos dias. Tento sempre dar um tom plural à minha fala no intuito de torná-la útil àqueles que vivem ou presenciam tais lutas, vitórias, desafios, medos, incertezas e, principalmente, o amor tão imenso de Deus por todos nós, seus filhos.
No entanto, seria incoerente de minha parte não deixar transparecer nesse texto uma das pessoas que, durante o pouco de tempo que conseguíamos passar juntos, seja em caronas, em conversas de corredor, na nossa “Igreja vem quem quer”, seja onde for, mais me transmitia luz, ânimo, carinho, amor, respeito, sorrisos, fé e a certeza de que Deus tem planos para nós, ainda que seja difícil entendê-los, Ele tem!
Maria Angélica [ou apenas “géica”], uma professora fantástica, uma aluna excepcional, uma ovelha que sabia não se deixar desviar os olhos de seu “pastor”, uma companheira de serviço muito sábia, uma mãe exemplar, uma grande amiga que assim será para sempre.
Quão difícil é dizer tchau, ainda mais para àqueles que tanto amamos, mas se assim for preciso para que tudo se faça da melhor forma para você, minha irmã, então dizemos tchau... Mas um tchau com notas dissonantes de um até logo, ok?
E em meio a esse momento de tantas emoções difusas em um sentimento de perda momentânea, me lembro de uma passagem bíblica em que Ananias recebe uma ordem divina para ir ao encontro de Saulo, que estava cego na casa de Judas, e esse mesmo Ananias refuta a ordem do Senhor alegando que Saulo estava perseguindo e prendendo o povo de Deus daquele tempo e, portanto, temia ir ao encontro do mesmo. Mas então, em magníficas palavras, Deus fala a Ananias acerca de Saulo: “Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel” (Atos 9:15).
Não seria esse o motivo pelo qual você, eu, a “géica”, todos nós, enfrentamos desligamentos momentâneos [ou não] com a finalidade de sermos vasos escolhidos pelo Senhor com o dever de levar o SEU NOME diante de outros?!
Eu não sei quais são suas lutas, quais são suas dificuldades, em quais momentos você já pensou em desistir, deixar tudo de lado, ou mesmo não entender o porquê de alguns fatos. Mas eu sei de um Deus que pode lhe confortar o coração, cujos os planos e os caminhos são mais altos que os nossos (Isaías 55:8-9). Deus sabe todas as coisas e sabe o que é melhor para todos nós, basta ouvir Sua voz.
Ainda que você tenha que dar tchau ou mesmo um adeus, esforce-se em tornar-se um vaso escolhido do Senhor, pois assim milagres se farão reais em meio a situações que para ti parecem ilógicas, absurdas, contraditórias...
Então, vá... diga... seja... lute... e busque o Senhor!
E para mim, resta um tchau, ou melhor, um até logo...

Graça e paz a todos... e hoje, em especial, à “géica”!


Tiago Henrique Mendes

11 de dez. de 2010

Maçã podre...


"Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti"
Ezequiel 28:15


Uma maçã podre numa caixa estraga todas as outras. Mas quando Deus criou o mundo, tudo era perfeito. Não havia germes nocivos, morte ou lágrimas. Infelizmente, nesse mundo perfeito apareceu uma maçã podre que estragou a criação de Deus.
E a pergunta que surge é a seguinte: Se Deus é bom e todo-poderoso, por que não pegou essa maçã e a jogou no lixo, para evitar que ela estragasse as outras? Você não faria isso? Obviamente, estamos falando de Satanás.
Deus sabia que se Satanás continuasse vivendo, sua influência perniciosa se espalharia pela terra e resultaria em Hitler, Idi Amin, Stalin, Saddam Hussein e outros tiranos. Resultaria também em males como o câncer, AIDS, depressão, solidão, defeitos congênitos, alcoolismo, dependência de drogas, acidentes, crimes e divórcios. Em resumo: resultaria num mundo cheio de miséria e dor. Foi justo da parte de Deus deixar que toda essa miséria se espalhasse quando poderia ter cortado o mal pela raiz?
Vejamos a seguinte ilustração: Uma empresa tinha um diretor que era amado por seus gerentes e funcionários. O seu assistente o ajudava em tudo. Mas então esse assistente começou a espalhar o boato de que o diretor estava fraudando a empresa. Foi um golpe devastador num líder que sempre havia procurado ser honesto e leal. Pior ainda foi o fato de que entre os gerentes e funcionários houve quem acreditasse no boato.
O assistente havia preparado o terreno e conquistado simpatizantes. E quando ele fez essa denúncia, muitos acreditaram nele. Alguns até sugeriram que o conselho dos diretores deveria colocá-lo no lugar do diretor.
O diretor poderia tê-lo despedido. Mas pensou: “Mesmo os funcionários que confiam em mim podem desconfiar que eu tenha algo a esconder, pois demito quem discorda de mim. E funcionários que não confiam em seu líder, trabalham mal.” Assim, o diretor permitiu que o seu assistente continuasse trabalhando. Mais cedo ou mais tarde a verdade apareceria.
E foi o que aconteceu. A empresa passou por um período difícil, todos perceberam que a acusação do assistente era falsa, e ele acabou pedindo demissão.
Tal e qual aquele presidente, Deus deu a Satanás tempo para que surgissem os frutos de sua obra. E ao derramar “o sangue do Filho de Deus, desarraigou-se Satanás das simpatias dos seres celestiais” (O Desejado de Todas as Nações, p. 761).
No seu devido tempo a maçã podre será, finalmente, jogada fora.

Rubem M. Scheffel

9 de dez. de 2010

“Michelangela”...


Somos amados não porque somos artistas,
mas por sermos uma obra de arte!


O que eu temia nos piores pesadelos aconteceu, e um tenebroso pavor virou minha companhia permanente. De tudo o que vivi até aqui – dos “micos homéricos” às surpresas inacreditáveis – nada se compara aos últimos dias. Minha filha, finalmente, descobriu que suas mãos gordas de seda podem segurar firmemente uma caneta e, com seus braços elétricos, estarrecer a paz da casa com seus surtos de desenhista. Socorro!
Gente, 72 horas atrás ela pegava uma canetinha e punha na boca com tampa, parecendo uma colher. De repente – acho que numa noite de Lua cheia – ela foi abduzida por uma força maior que a trouxe de volta completamente ensandecida pra rabiscar. Tudo! E quando eu digo “tudo” é pior do que você pensa. Sua boneca mais cara – que dormia, suspirava e inflava a barriguinha – agora parece uma marginal barbuda dos circos de horror riscada de marrom da testa ao pescoço. Sua bola cor de rosa da Cinderela deformou-se num porco-punk-espinho horroroso e preto. Seus traços desordenados se espalham pelos cantos. Nossa coluna de gesso marfim ganhou retoques surreais até um metro e meio de altura, e as paredes da sala com tinta Suvinil “toque de seda” agora parecem celas de prisão com “toques de doido” – como um manicômio grafitado por “artistas” puxando caixinhas de fósforos. E, como se não bastasse, meus documentos no escritório, que descansavam imortais na mesa, estão destroçados por uma chacina de tinta que metralhou mais riscos indecifráveis do que os importantes números dali. Posso desabafar? Nunca odiei tanto uma caneta Bic! Exorcizo todas as canetinhas do mundo! Por outro lado, nunca admirei tanto minha filha – uma artista precoce de talento tão inimaginável quanto incompreendido.
“Algeme seus pulsos! Camisa de força nela! Cole seus dedos com Super-bonder!”, você me ajudaria. Esbravejando, eu responderia: “tá doido, hein? Jamais! Ela é linda fazendo isso. Nem Da Vinci tinha tanto dom. É uma verdadeira Michelangela cuja obra de arte eu pagaria um bilhão de dólares no leilão dos pais-corujas!” Pois é, quem ama exageradamente perdoa ilogicamente.
Meu amor inexplicável por ela supera em misericórdia qualquer apego a paredes e documentos importantes. E o pior? Ainda guardo estes vestígios como se fossem de uma coleção preciosa exibida na galeria de arte da Quinta Avenida em Nova Iorque. Estranho, né? O que a Lua cheia fez com ela, um bercinho na maternidade fez comigo (ué, e por que ao invés de Maternidade nos hospitais não deveriam chamar Paternidade?!). Sem dúvida o amor muda a gente de vez!

Fico imaginando nossos rabiscos aos olhos de Deus. Fazemos coisas tão ridículas quanto os borrões da minha filha. E Ele, por nos amar, simplesmente desconsidera. Lembra quando Jesus revelou Sua majestosa glória divina com Moisés e Elias lá no monte pros discípulos? O Céu baixou à Terra e, absortos em tamanha explosão de luz, o que os coitados terráqueos falaram?: “Mestre, a gente faz 3 barraquinhas pra vocês ficarem mais conosco?!”. Que patético! E Cristo ao ser preso, podendo ordenar um trilhão de anjos pra lhe defender, ver Pedro começando o mega-contra-ataque-bélico cortando uma orelha? Rabiscos! Lembra a “grande idéia” de André de servir 5 pães pra 10 mil esfomeados? Ou Pedro, novamente, sem ver à frente um milímetro de simbolismo, pedindo pra tomar um banho dos pés à cabeça no lava-pés? Desenhos infantis! E você, pensando em comprar Deus achando que o dízimo é moeda de troca pela simpatia divina? Ou lutando sozinho pra vencer um vício enquanto o resto da sua vida é mais contraditório ainda? Que tal o Salvador ver Seus filhos se penitenciando com 50 Avemarias como se Band-Aid curasse o tumor do pecado? Toda vez que imaginamos “desenhar” algo pra Deus fazemos meros traços esquálidos sem qualquer nexo. Não dá pra pintar a Mona Lisa com dedinhos mirins de tinta guache. E é impossível fazer qualquer coisa digna pelo Criador enquanto formos criaturas pecadoras tolamente infantis. Perante o Todo Poderoso, nossos sacrifícios são de papelão, nossos troféus de plástico e os arranha céus de Lego.
“Mas, pastor, como faço pra conquistar a Deus?”, pergunta o adulto segurando sua folha de cartolina com casinha e árvore pintada de lápis de cor. “Absolutamente nada!”, eu tenho que responder segurando o riso. “Porque nada poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:39). Ele nos ama e isso independe dos nossos rabiscos esdrúxulos. E quer mais garantia? “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15:5). Você já viu qualquer coisa de utilidade prática, ou admiração artística, feita de madeira de ramos de videira? Aposto meu blu-ray novo sujo de Hipoglós que não. Impossível! Madeira nobre faz piano, mesa de presidente, cadeira de sala chique e até chalés românticos em montanhas nevadas. Mas nunca, nem nada sequer, será feito de madeira de uva. E por quê? Porque ela só existe para transmitir nutrientes vitais aos frutos que encantam o mundo com seu suco apaixonante. Nossa única coisa a fazer é aceitar, dependendo em tudo, grudados nos braços do Pai. Cristo sabia disso e reforçou com voz de quem ama: somos amados não porque somos artistas, mas por sermos uma obra de arte. Absolutamente nada mais. Tinha pensado nisso? Não é maravilhoso? Deus nos ama não por fazermos, desenharmos ou mostrarmos – Ele nos ama porque nos fez e nos admira acima de tudo, a despeito da nossa vida rabiscada.
Enquanto seguro nas mãos um papel indecifrável, cheio de riscos desgovernados, não sai da minha mente a face pura e estonteantemente linda da minha filha. Meu amor por ela chega a doer. Sei que um dia ela vai desenhar casinhas melhores, ou até a Capela Sistina de Michelangelo. Mas isso não me importa agora. Ela é admirável não pelo que faz, mas porque nós a fizemos. Isso é tudo – e já basta.
Então, olho pra cima e vejo o mesmo: um Pai ali no Céu vendo meus tropeços com atitudes inconsequentes, mas me amando tanto com Sua paixão criadora quanto com Sua misericórdia redentora. E quem sabe, quando voltarmos pra Casa dEle, descobriremos surpresos uma parede memorável lá na Sua sala. Como quem se orgulha de uma coleção de valor inestimável, estarão cuidadosamente pendurados quadros artísticos de papel com molduras de ouro puro. Ali você verá desenhos amadores com rabiscos infantis e, ao perceber assustado quem é o próprio autor, o Pai lhe dará uma piscada travessa seguida de um abraço bem apertado pra lhe dizer apenas uma coisa:
“Meu filho, eu sempre fui e serei Seu maior admirador. Lembre-se disso. Amo você!”

Linguagem plural...