2 de ago. de 2014

Pode crer!



Dizem que o belo reside nos olhos de quem o contempla. Se isso é verdade, o belo é subjetivo e talvez inexistente. Provavelmente, isso seja verdade quando falamos da beleza ilusória do mito da eterna juventude. Mas eu acredito num belo objetivo que pode ser verificado e reproduzido.

A vida cristã no contexto urbano atual requer um olhar mais profundo daquele que se limita ao externo. Constantemente nos pegamos definindo o que é ser cristão pelo estilo das roupas, frequência à igreja, vocabulário utilizado e coisas afins. Acabamos formando um estereótipo de cristão tipo túnel do tempo, que busca sua referência para esse padrão em décadas passadas. Parece ser mais fácil nos apegar a um modelo sem riscos do que permitir que Deus nos faça “novo”, um fiel cristão contemporâneo.

O problema é descobrir que é possível ser um cristão verdadeiro, aos olhos dos outros, sem nenhuma relação direta com Deus. Parece que no contexto, o que importa é a casca e não o texto expresso e vivido. Talvez essa visão seja a versão religiosa contaminada pela tendência de uma sociedade que valoriza mais a aparência do que a essência. O crer e o viver precisam andar juntos para criar a beleza na nova criatura que é transformada de dentro para fora.

O belo só é belo quando é verdadeiramente belo. Quando o belo é apenas casca, sua beleza é decepção. Uma nova geração de cristãos urbanos precisa fugir da aparência sem essência e da suposta essência sem aparência. Esclareço! A beleza da vida cristã é o crer transformador. É aprender de Cristo e viver a novidade aprendida no dia a dia. Não basta crer, mas é preciso viver.

Portanto, sejam bem-vindos em nossas cidades todos os que são transformados em sua essência e que vivem a vida espiritual com Jesus Cristo desde o centro de sua vida. Seu belo pode ser desconcertante e desafiador, mas é essencialmente verdadeiro, autêntico. Belo mesmo!

Que seja banida toda casca de beleza que engana e frustra, demonstrando ser o que não é. Que determina padrões escravizadores de espiritualidade baseados em retratos estereotipados e pré-fabricados de supostos cristãos.

A espiritualidade como essência cria beleza. O belo verdadeiro é aquele que parte de um íntimo de um ser humano novo, transformado à imagem dAquele que é verdadeiramente belo. Essa beleza não escraviza, liberta. Essa beleza não oprime, promove. Essa beleza não julga, ama.

“Ele não tinha qualquer beleza ou majestade que os atraísse” (Is 53: 2), mas vivia constantemente cercado por multidões a quem sua beleza desconcertante era evidente.


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